Livro – Tranças clínicas: o corpo do analista e a transferência na clínica do autismo
Tranças clínicas: o corpo do analista e a transferência na clínica do autismo
Considerando que um dos objetivos do trabalho é debruçar-se sobre os encontros transferenciais, a autora situa o conceito de transferência em Freud, Lacan e Piera Aulagnier, discorrendo sobre os textos principais desses autores a respeito da transferência na cena analítica. Também situa a concepção de corpo e suas origens em Piera Aulagnier – origem de um sujeito, de um aparelho psíquico, de um aparelho somático e de uma clínica.
Piera Aulagnier tem uma teorização e uma proposta metapsicológica muito potente, principalmente para quem trabalha com crianças pequenas ou com pessoas com psicopatologias graves, pela articulação que ela faz entre organismo, corpo e psiquê. Luísa vai trazendo alguns conceitos freudianos que se enlaçam com as concepções de Aulagnier e que permitem uma maior compreensão das suas teorizações.
A autora acrescenta mais um fio, que vai permitir o trançado das questões lançadas sobre o corpo do analista na cena transferencial: o perspectivismo ameríndio, a partir de Viveiros de Castro, que traz à tona a necessidade de se respeitar a multiplicidade de pontos de vista existentes nas diversas formas de vida que há no mundo. Para a psicanálise, isto é muito importante para desvincular as diversas formas de existência de uma normatividade ocidental e que pode derivar em psicopatologizações das mais variadas. O perspectivismo ameríndio traz a importância de se considerar que é a partir do encontro que se abre uma potencialidade de reconhecimento daquela forma de vida. Nesse sentido, os encontros estão sustentados pela indeterminação sobre aquela forma de existência – não tenho como saber, a priori, a intencionalidade do outro, e, assim, o corpo também ocupa um lugar privilegiado no encontro com o outro.
(Apresentação de Andrea Ferrari)
Piera Aulagnier tem uma teorização e uma proposta metapsicológica muito potente, principalmente para quem trabalha com crianças pequenas ou com pessoas com psicopatologias graves, pela articulação que ela faz entre organismo, corpo e psiquê. Luísa vai trazendo alguns conceitos freudianos que se enlaçam com as concepções de Aulagnier e que permitem uma maior compreensão das suas teorizações.
A autora acrescenta mais um fio, que vai permitir o trançado das questões lançadas sobre o corpo do analista na cena transferencial: o perspectivismo ameríndio, a partir de Viveiros de Castro, que traz à tona a necessidade de se respeitar a multiplicidade de pontos de vista existentes nas diversas formas de vida que há no mundo. Para a psicanálise, isto é muito importante para desvincular as diversas formas de existência de uma normatividade ocidental e que pode derivar em psicopatologizações das mais variadas. O perspectivismo ameríndio traz a importância de se considerar que é a partir do encontro que se abre uma potencialidade de reconhecimento daquela forma de vida. Nesse sentido, os encontros estão sustentados pela indeterminação sobre aquela forma de existência – não tenho como saber, a priori, a intencionalidade do outro, e, assim, o corpo também ocupa um lugar privilegiado no encontro com o outro.
(Apresentação de Andrea Ferrari)